Informática Médica

 

1. Conceito:

O conceito nasceu da necessidade de uma abordagem específica dos computadores (hardware) e programas (softwares), podendo estar ou não em rede (netware, hard e soft para redes).

Os progressivos avanços da Informática e a sua aplicabilidade na Medicina permitiram o surgimento de um crescente ramo de ambas as áreas, constituindo uma especialidade interseção de ambas, a Informática Médica.

Nela encontramos os principais usos de sistemas operacionais e programs à serviço de diferentes especialidades médicas.

Não só na Radiologia como em Sistemas de Gerenciamento de Consultórios, Clinicas, Pesquisa e até mesmo Cirurgias.

 

2. Críticas Preliminares:

Infelizmente ainda existe muita deficiência na criação, desenvolvimento e comercialização, estando ainda inadequada a relação máquinas e programas com o usuário e suas necessidades.

A principal causa desta inadequação é forçar o usuário a se adaptar ao sistema do programador e/ou da empresa e não o inverso.

Nesta anomalia normalizada, em geral o usuário que se adeque ao produto.

Desde os primórdios, o usuário ficou refém de seu prestador de serviço, não só para a manutenção, mas principalmente para a atualização e, no mínimo, ajustes específicos de uso cotidiano de parte ou do todo dos próprios programas ou plataformas em si.

Uma relação doentia de prestador x cliente, que não difere em muito do conceito de dependência, que nem um viciado nas mãos de seu traficante fornecedor.

A relação custo e benefício em geral é prejudicada por um mercado agressivo onde a necessidade de vender cria uma condição psicológica de marketing, estimulando o consumo nem sempre favorável ao usuário, independente da assim alegada obsolescência do produto.

Torna-se evidente que ao se propor esta nova abordagem, não apenas as necessidades da Medicina, mas também devem estar voltadas para as outras áreas, tais como Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia etc.

O advento dos sistemas de uso em rede não ancorada em plataformas de sistemas operacionais, mas que trabalhe independente do sistema operacional específico, – mormente Windows ou Mac OS,- permite o diálogo entre o membros do sistema e destes com o próprio sistema, libertando a todos de um encarceramento de nichos de mercado de soft e hardware.

Somente online, com intranet e internet isso se fez finalmente possível. 

 

3. Proposta Prática:

Por que informatizar?

A primeira pergunta a se fazer ao usuário de um sistema analógico convencional, sem informática em consultório é como faz o levantamento de todos pacientes, com parâmetros específicos de busca.

Exemplo: fornecer o quantitativo de todos os pacientes de 40 a 49 anos, com Hipertensão Arterial Sistêmica, que tiveram AVE Hemorrágico.

Simplesmente impossível,  ou no mínimo cáustico, no sistema convencional manual.

Segundo ponto: a anotação em si, pelo risco de dano físico, fora a ilegibilidade correlacionada à variante de caligrafia, em geral difícil. Terceiro ponto: espaço físico. Fichas tradicionais além de ocuparem muito espaço, são de difícil acesso, quanto mais numerosas forem.

Além disto, o risco de armazenamento errado e extravio relativo é uma realidade, quanto maior for a quantidade.

Dito isto, consideremos como armazenar os dados, uma vez definido que serão de forma eletrônica.

Em termos práticos, bem simples e objetivo, o sistema proposto deve: 

  • armazenar os dados de forma que possam ser acessados de qualquer máquina e/ou qualquer sistema operacional.

  • ter facilidade de manutenção e atualização

  • ter nível de segurança personalizado quanto ao conteúdo e acesso.

  • permitir consulto correlacionando os dados armazenados.

  • ter adição incremental não concorrente, sem redundância,

  • não ser excludente de informações unitárias por semelhanças entre si..

  • progressiva passagem de fichas manuscritas para digitais conforme os pacientes retornam, facilitando a conversão, feita por demanda.

Certamente não se pode impor a modificação de um perfil de usuário em função do sistema operacional ou máquina em uso, se este apenas não está de acordo com o que o prestador adotou. Isso seria uma prática anti-ética, como já vimos nas Críticas Preliminares.

Existe uma grande diferença entre atualização e remodelação, basicamente definida pela referência de custo x benefício, a quem servirá está relação: o prestador ou o cliente.

Historicamente os programas que primeiro surgiram eram em DOS, usando Clipper e muitas outras variantes, em diferentes linguagens de programação.

Depois surgiram os programas baseados em Visual Basic e Visual Basic Application, em Windows, com grande participação do Microsoft Access.

O Access se tornou  grande monstro sagrado de banco de dados da Microsoft, um elefante branco que só se presta às máquinas padrão IBM, já que no Office para outras plataformas, tais como Apple, não existe.

E, então, muitos usuários de Mac viram-se órfãos destes sistemas de gerenciamento.

Alternativas surgiram e são citadas, tais como FileMaker, que existe para Windows e Mac.

No entanto, todos se resumem ao princípio básico de uso de tabelas, estas sim alimentadas de dados, as quais estes programas de dados geram as correlações entre as mesmas, estabelecendo associações de chaves de busca, além das entradas de dados.

O principal foco, infelizmente, sempre esquecido, a necessidade do usuário.

 

4. Níveis de Usuários

Temos então três níveis de usuário, de acordo com a grandeza do sistema a ser implantado:

4.1.Simples ou Individual:

Um profissional com seus pacientes que devem possuir uma ficha para cada um e o armazenamento de seus dados, permitindo no conjunto de todos os pacientes os diferentes mecanismos de busca, seja por diagnóstico, como procedimentos realizados.

Este sistema irá importar para gerar resultados de estatística científica e previsões de faturamento.

O exames complementares destes pacientes devem ter uma forma de armazenamento vinculado e sem risco de mescla ou permuta, como acontecia com frequência nos sistemas mais antigos.

Uma sistema de arquivamento com um arquivo de Word por paciente, usando um Modelo de Ficha é uma solução prática, incorporando as imagens desejadas dentro de cada documento.

Estes pacientes podem ser listados em uma Planilha Excel, onde os principais parâmetros constem, com ênfase ao registro, devendo-se usar a chave principal não só o nome, mas o CPF, já que estes é único para cada pessoa.

Incluir um conjunto de até 5 números de CID e respectivos  códigos de procedimento, permitindo então um sistema bem objetivo e útil.

4.2.Intermediário ou Grupal:

Este conceito já ultrapassa o nível Individual, constituindo o Grupal ou Intermediário, quando mais de um profissional acessar a mesma ficha, membros de mesma Equipe ou Serviço.

Então cada entrada deverá constar o nome ou identificador de quem está operando o sistema naquele momento. Frequentemente temos a ocorrência de ter o mesmo paciente mais de uma ficha, de acordo com o profissional que o atende, no mesmo grupo, quando este paciente transita entre os profissionais deste mesmo dado grupo. Neste caso ou se unificam as fichas ou o mesmo será tratado com múltiplos registros, porém complementares entre si.

No caso de um registro para cada profissional ou especialista, será necessário haver uma chamada de planilha para a ficha específica de cada  paciente,  para cada um dos profissionais.

4.3.Avançado ou Institucional:

Esta multiplicidade de fichas não se observa, é claro, em pacientes institucionais, ou nos grupos unificados, onde existe uma só ficha e cada entrada é identificada de acordo com o profissional que a realiza, o que em última análise, fará parte do que se chama Prontuário Eletrônico, onde também teremos os módulos de Prescrições e Evoluções.

Concluis-se, portanto, que a melhor proposta para o uso corporativo ou institucional, de forma avançada, é o emprego de HTML dinâmico.

Dynamic HTML, ou DHTML, não é uma linguagem mas sim a união das tecnologias: HTML, JavaScript e uma linguagem de apresentação, como folhas de estilo CSS aliada a um DOM (Modelo de Objetos de Documento), para permitir que uma página Web seja modificada dinamicamente na própria máquina cliente, sem necessidade de novos acessos ao servidor web.

Como o HTML5 também é utilizado para se referir a união de HTML, JavaScript e CSS; o termo DHTML passou a ser menos utilizado. Também por conta do novo padrão HTML, todos os navegadores mais usados (Google Chrome, Internet Explorer, Firefox, Opera e Safari) incluíram vários recursos DHTML ao implementarem o JavaScript 1.8.5 e o CSS 3.

Sendo assim, esses DHTMLs vão algo além da capacidade de alterar as propriedades das marcações tags HTML dinamicamente.

A última versão de CSS permite por exemplo o uso de fontes dinâmicas (dynamic fonts), assim as fontes são transmitidas pelo servidor junto com o documento HTML, possibilitando, a qualquer browser que implemente esse recurso, mostrar os caracteres exatamente como planejou o autor do documento.

Resumindo, DHTML é um conjunto de ingredientes que proporcionam um maior controle sobre a apresentação do conteúdo de páginas da Web, além de possibilitar a inclusão de componentes multimídia, como animações, diretamente no código HTML, sem a necessidade de plugins.

Esta arquitetura permite uma formatação bem ampla e irrestrita ao perfil dos usuários, independente de que máquina ou sistema operacional individualmente estejam.

Pode-se ter bom exemplo, eficaz’ e elegante, já empregado na rede hospitalar municipal da PCRJ, aderindo ao sistema nacional do SUS, pelo Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC)

Também é recomendado o uso de sistema tipo Plataforma MOODLE e afins.

MOODLE é uma sigla em inglês para Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment. Ou seja, Ambiente de Aprendizado Modular Orientado ao Objeto.

O MOODLE funciona como uma sala de aula online onde professores podem disponibilizar material didático e propor tarefas interativas, como testes e discussões em fóruns. A ação pode ser em tempo real e/ou gravada. Assim sendo, constitui a  estrutura do que se convencionou como EAD, Ensino à Distância, muito empregado em cursos e treinamentos remotos.

O uso de HTML dinâmico, tanto individual quanto corporativo, onde a interface é feita pelo navegador, pode comportar também, pela internet, a prática da Teleconferência, com troca de informação entre profissionais. Ou então, entre profissionais e clientes, na já consagrada Telemedicina. 

 

5. Sistema de Armazenagem & Backup

Uma questão fundamental se estabelece quanto ao local onde armazenar os dados, em termos de localização dos mesmos.

Basicamente, se local ou remoto.

Esta questão, óbvio, só se aplica aos usuários de nível 1 ou 2. Em grandes redes, com central de dados via intranet e internet, não há a aplicação desta idéia, pois entram em cena grandes servidores e os dados não são locais, mas remotos, podendo apenas serem baixados extratos e resumos de pesquisas.  

São dois conceitos bem diferentes entre si e vão definir todo o procedimento diário do uso.

Nos primórdios do uso de computadores pessoais não existia disco rígido e os dados passeavam com os usuários, que também tinham que transitar com seus discos de sistema operacional.

Com o advento dos discos rígidos, HD, a tendência foi e tem sido armazenar os dados nos próprios computadores, cabendo em discos ou mídias externas, as cópias de segurança.

E este procedimento ficou cada vez mais complexo, quanto mais dados a serem armazenados em cópias ou arquivos de segurança.

De uma forma reduzida e simplista, podemos ter cópias de segurança fechadas ou abertas.

Em um sistema fechado, os clássicos métodos de backup, não se tem acesso aos dados, comprimidos ou compilados em arquivos de backup de diferentes naturezas.

Desde arquivos progressivos alfa-numéricos, os mais tradicionais, até arquivos de conteúdo incremental dinâmico com seletividade por parâmetros de modificação, data e hora.

O grande problema é justamente ao recuperar dados, estes estarem defasados em relação ao original danificado que se está recuperando, ficando-se com versões desatualizadas dos dados. E o dano a um arquivo seriado impedia todo o sistema de armazenamento funcionar, como acontecia nos primeiros sistemas.

Com a evolução, passou-se a preferir os sistemas abertos, ou seja, cópia pura e simples dos originais, clonando todas as informações em outros pontos, sempre fisicamente diferentes do ponto de origem, dos considerados primários.

A esta altura da narrativa vê-se que se todo backup pode dar defeito, então vale o princípio de “quem tem um backup não tem nenhum”.

Então temos o conceito: nbs = (nbf-1). Onde nbs é o número de backups seguros, nbf é o número de backups feitos.

Onde assentar os arquivos?

Ou se considera o que está no computador como o principal e o que está nos discos externos e/ou em discos virtuais (nas nuvens) como backup, ou o inverso disto. 

A tendência natural do usuário doméstico é considerar o que está dentro de seu computador como o ponto principal e fora dele, o backup.

E, assim, com o advento do disco rígido nasceu a ancoragem do usuário à sua própria máquina e/ou de onde trabalhe. Por outro lado, se realizar o backup perfeito durante o trabalho e após seu término, a cada sessão de uso, não importa onde esteja, estará com acesso contínuo aos dados atualizados, apto a incrementar esta atualização e respectivas edições.

Quando online, em disco virtual, nas nuvens, não importa onde esteja, sempre estará com seus dados atualizados.

E, em cada ponto onde for, bastará baixar de seu disco virtual o conteúdo, para ter backup a favor de disco rígido, além de discos externos portáteis, que também já foram atualizados quando os acessou e usou. Este sistema esbarra na necessidade de conexão e acesso ao disco virtual.

Em não tendo acesso à internet, em determinada situação, recomenda-se o uso de mídia portátil, tais como discos externos e/ou pendrives, o que também liberta o usuário de ficar ancorado a uma máquina, bem como forçar passear com notebook quando não for necessário.

Sim, parece um conceito que retorna à origem, quando as máquinas não tinham disco rígido, quando usuários tinham que carregar em discos seus dados, os famigerados disquetes, mas em última análise, é o que realmente permite a liberdade de mobilidade plena.

Não esqueçamos que atualmente celulares e tablets podem igualmente fazer esta função, acessar e permitir o trabalho no objeto que está nas nuvens, seus arquivos de dados.