Página InicialEspiritismo Científico
Estudos

1. Considerações Preliminares:

  • Estudos dos Principais Ramos das Ciências Físicas, Químicas e Biológicas, em face e à luz do Espiritismo, visando a compreensão das interações entre si, das causas, efeitos e mecanismos de atuação recíproca em ambos os planos existenciais.

  • Visa o entendimento dos ditos Fenômenos Paranormais, reconhecendo a origem senciente dos mesmos, não apenas passiva decorrência de bioeletricidade ou magnetismo, havendo o entendimento de um propósito de comunicação, à princípio não se julgando o conteúdo, mas a comprovação.

  • Em uma segunda fase, já estabelecida a comunicação e o registro da mesma, faz-se necessário sempre haver a cautela quanto à veracidade das identidades que se apregoam ser, bem como o conteúdo do que é comunicado. 

2. Conceitos Básicos:

São necessários para o ponto de partida dos Estudos.

 2.1. Filosóficos

  • Entende-se como sendo Conceito como a percepção que se tem sobre algo ou alguém, a noção. É a capacidade intelectual e cognitiva do ser humano. O comportamento de um ser não faz parte do conceito do outro, em respeito ao próprio conceito em si, da singularidade de cada pessoa, esteja ela em que plano se considere. Ainda que possam interagir, a priori não se pertencem, apenas experimentam a interação.

  • A Definição é o significado atribuído a algo ou alguém, permitindo o conhecimento sobre o objeto de estudo, seja animado ou não. Depende, portanto, do conhecimento comum para que possa ser reconhecido como tal, definido. Chama-se “casa” porque se definiu o consenso do termo, em teoria da linguagem. A casa existe, mesmo sem nome, ainda que negada sua existência, inclusive. Mas alegar a sua existência, sem a comprovação da mesma, traz a crença e não o conhecimento, o que é o fato modificador da Definição, entre o real e o imaginário.

  • É importante,  neste resumo introdutório, lembrar a Diferença entre Conceito e Definição. Enquanto que o Conceito é uma idéia que imprime no pensamento, sendo contextual, subjetivo, a Definição é substantiva, essencialista (o objeto de estudo ou experimento age sobre a essência da questão). No Conceito, o objeto (de estudo) age e causa o contexto, enquanto que na Definição, o objeto age na essência do pensamento. Para exemplificar, a fim que se possa entender, o conceito de uma casa faz-seno ter a essência desta casa, mas não a definição plena da mesma. Com o conceito estabelecido, parte-se para o estudo da mesma, para que se conheça a casa, pesquisando sua natureza e conhecendo, tenhamos então o contexto que a defina, em sua plenitude, ou sempre na busca desta totalidade. Nenhum conhecimento é pleno, todo conhecimento é parcial e incompleto, como Bertrand Russell já definiu.  

  • Assim, fica estabelecido, portanto, o Paradoxo do Conhecimento, pois o desconhecimento ou negação de um fato ou conceito pode ser falso ou verdadeiro, se a inexistência do fato ou conceito for o inverso. Como exemplo, dizer que tem uma casa em um terreno em que não se conhece depende de crer na informação. Demonstrar essa existência, por conhecimento comum e, principalmente, por provas materiais, traz a prova material de sua existência. Porém as próprias provas em si, tais como fotos e afins, também podem ser falsas.

  • A esta altura da narrativa, quem lê já percebeu onde se quer chegar, na Questão da Metodologia de Estudo, para que se possa entender e conhecer o Espiritismo muito além da fé, – de preferência não pela fé, mas pelo conhecimento, através de sus conceitos e definições, em dinâmica evolutiva com a metodologia dos meios de diagnóstico de suas causas e efeitos. Este método foi empregado desde a origem do Espiritismo em si, pelo então pedagogo que se tornou o próprio Codificador, Allan Kardec.

  • Então, em termos de uma Semiótica, sendo esta a forma de se abordar e estudar pela metodologia estabelecida quanto ao pensamento em si proposto, no caso a experiência existencial que traz o Espiritismo, partindo da premissa de que a vida não se restringe a uma vida material, mas esta sendo plural e sequencial evolutiva, teremos que considerar como já satisfeita a questão da veracidade em si deste próprio conceito, que se tornou, portanto, definição. Ultrapassa, em muito, mera questão epistemológica, através de sua inerente filologia e eutrofognose.

  • A palavra em si, seu significado, por mais correto e perfeito que se proponha a ser, sempre preservará a necessidade da dúvida, da contra-prova, como elemento ético compulsório para dar a credibilidade ao experimento em si, seja qual manifestação, seja ela  convencional ou paranormal.  

  • Em outras palavras, todo Experimento, abstrato ou concreto, deve satisfazer as Normas que se estabelecem pelo já definido, para que se possa conceituar o presente pelo conhecimento já superado da dúvida passada.

  • A Linearidade Temporal é uma das característica intrínsecas do Estudo, sem o que o anacronismo geraria um caos, sem possibilidade de identificações e posicionamentos, impedindo interpretar os resultados, por conseguinte, sem discussões e conclusões.

  • Todo sistema baseado em causa e efeito exige a referência correta de que momento e elemento se considere. A causa de ontem pode ser efeito de hoje, mas o efeito de hoje pode ser causa de um ou mais eventos futuros, isto é óbvio.

  • O Binômio da Neutralidade e Imparcialidade é fundamental na prática metodológica. Sem Neutralidade, o observador é influenciado ou influencia. Sem Imparcialidade, os resultados seriam comprometidos, por pré-concepção, seja a favor ou contra o objeto de estudo. Estes são os piores flagelos que notamos na prática. São abundantes os textos de pseudo-ciência, tanto defendendo enfaticamente, quanto atacando cegamente o Espiritismo, desde os seus primórdios.

  • O Estudo Acadêmico impõe prova, contra-prova, capacidade de reproduzir igualmente o experimento, a exclusão do que não faz parte e a anotação dos resultados, sem emissão de opinião.

  • Quando consideramos as Atividade Práticas de Campo ou Mediúnicas, devem fazer parte do processo pelo menos três observadores, dos quais pelo menos dois já experientes, além do próprio objeto e/ou pessoa em estudo. Todo experimento deve ser documentado, registro de Sessão, Ata de Reunião, como em qualquer ofício se faz, somando-se a necessidade de registro audio e/ou visual. O material deve ser analisado também por três outros idôneos cientistas, para dar a certificação do estudo. O Sistema descrito, incialmente proposto por Allan Kardec, tomou maior impulso com a metodologia do Círculo de Minerva, com Ernesto Bozzano e seus colegas, – recomenda-se a leitura correspondente.   

 2.2. Religiosos

  • Entende-se como sendo Religião um conjunto de Crenças com denominador comum doutrinário e prático. Para muitos,  Religião é uma vertente filosófica, basicamente fundamentada na crença de conceitos não comparáveis pelas Ciências convencionais, referenciado-se em um tripé:

    • Existência de um Ser Superior, o Divino

    • Imortalidade da Alma, essência imaterial do ser senciente

    • Relação de Causa e Efeito, tanto pelo bem quanto pelo mal

  • As Religiões existem concomitantes ao surgimento da espécie humana, desde os seus primórdios, quando os fenômenos da natureza começaram a serem idolatrados como autonomias voluntárias supra-humanas. Conferir no referido material da História do Espiritismo, no site do CEAK.

  • O Espiritismo, enquanto Religião, nos seus fundamentos e definição, como já vimos, tem a base doutrinária que corresponde à razão da natureza em si, como Origem e Destinação.

  • O Espiritismo tem origem na compreensão da existência hierarquizada moral e evolutiva, sempre progressista, estando o ser humano, ou melhor, o ser senciente, destinado a evoluir, sem jamais retroceder, palavras do próprio Allan Kardec, baseados no conteúdo dos Livros do Pentateuco.

  • A própria definição já vista inicialmente quanto ao Espiritismo, já o descreve de forma suficiente, em sua observância doutrinária e estrutural

  • Em sua prática, não se fundamenta no estruturalismo institucional, mas na interação coordenada de seus Centros, devendo apenas serem observadas as regras definidas nestas mesmas obras.

  • Portanto, enquanto Religião, não existe como igreja, mas como uma rede universal de irmandade, porém com órgãos meramente administrativos e coordenadores, para a manutenção de sus estruturas e assegurar serem seguidas as convenções estabelecidas desde os seus primórdios.

  • O Espiritismo, como Religião, decorre da sistematização das comunicações dos espíritos, como sabemos, sendo a posteriori da própria existência, porém a precede para o preparo futuro, numa abordagem revisitada em relação ao sentimento de culpa e decorrente punição.

  • Ao se tratar de sua Doutrina, enquanto Filosofia, é Redentora, como se baseia em seu ícone maior, central, Jesus Cristo.

  • Guarda relação no método com os estudos que o precederam, como os fenômenos mediúnicos, dos quais retira a contribuição de redação de seus artigos e preceitos, porém não esquece de valorizar a obra pessoal de cada encarnado, mais importante de tudo em sua proposta.

  • Ao estudar a História do Espiritismo, vimos que o mesmo advém de uma organização de comunicação, pós-mesmerismo, com o reconhecimento de inteligência na manifestação paranormal, com uso de ciências outras, tais como a Física, Química e Biologia, para entender como tais manifestações  se fazem, desde a origem das espécies em si, até suas interrelações.

  • Portanto, é uma Religião Científica, pois depende, seus ritos e sessões de pesquisa, de atividade científica comprovada, fenômenos mediúnicos, com modulação pela Filosofia compromissada com a Ética.

  • Como Religião também evolui, não é reacionário, com estudos filosóficos em constante atualização, sem segregar o novo querer pontuar o “normal”, de acordo com cada momento da História. A única ressalva é não haver conflito conceitual com a a sua base em si, as Leis de Deus e suas derivações. Não há espaço, no Espiritismo, para os preconceitos, pois “cada um por suas obras”, é em totalidade considerado.

  • O Espiritismo em sua metodologia tem diferenças fundamentais com outras religiões correlatas e precedentes. Estas diferenças importam para a definição não dele em si, mas para sua manutenção. Por mais que se evolua, uma mutação extrema levaria a transformação em outra que não a própria. E, certamente, estas mutações acontecem e causaram as chamadas dissidências, com a formação de novos grupos religiosos e/ou filosóficos.

    • Diferencia-se do Espiritualismo, que o precedeu no pós-mesmerismo,  e se tornou predominantemente anglo-saxão e suas ex-colônias, sem considerar a reencarnaçãom apenas a erraticidade de um um ciclo de existência material, até definir aonde o espírito já livre será destinado.

    • Diferencia-se do Hinduismo por não aceitar politeismo e metempsicose.

    • Diferencia-se do Roustainguismo pois não aceita a natureza corpórea de Cristo e nem as versões adotadas do Quatro Evangelhos.

    • Diferencia-se dos Exoterismos e Sincretismos, pois não lidar com atividade de sacrifícios animais, escambo e oferendas materiais, uso de amuletos, não se valendo de atividades inerentes às tais culturas e religiões.

  • Como vemos acima, a metodologia que define o Espiritismo é a mesma que o preserva desde Allan Kardec até ao dias atuais. Nem melhor, nem pior, apenas preservando a sua identidade.

  • Cabe, neste aspecto, a observação de que ao contrário da metodologia tão necessária no início, com profusa atividade mediúnica, atualmente esta está mais voltada, quando séria, para a produção de obras literárias e auxílio por palavras e tratamento de saúde, tanto espiritual quanto física. Mas, vejam bem, isso não significa a necessidade de uma abordagem mais fenomenológica do que doutrinária, educacional ou caritativa.

  • Perder-se-ia em si mesma, a Doutrina, se esquecida fossem as bases filosófica e religiosa, focando-se exclusivamente nos fenômenos, retrocedendo ao estado de pesquisa meramente parapsicológica.

  • A Parapsicologia é materialista e considera o fenômenos, enquanto que o Espiritismo estuda o fenômeno como expressão do conhecimento da pessoa enquanto criatura e tendo um Criador, ao qual se destina na marcha evolutiva. Para a parapsicologia o fenômeno mediúnico é como o msmerismo, porém de uma forma mais ampla, atualizada, tanto nos conceitos e variantes de atividades, bem como também nos métodos empregados.

  • Porém, os parapsicólogos são bem vindos, em concomitância, pois em geral, grandes pesquisadores, ajudam na pesquisa espírita, quando conjuntamente trabalhando, dando o apoio técnico com seus equipamentos e conhecimentos científicos específicos, em geral em Física e Química.

  • O grande obstém que se depara a Religião Espírita é justamente com a dependência que traz em si da questão da fé, pois em geral em suas fileiras de seguidores encontramos pessoas em geral muito aficcionadas às Ciências e o questionamento da fé existe, por menor que seja, quanto mai se aprofundado se encontre a pessoa, principalmente nos de árias de Ciências Exatas. No entanto, chegamos a um tênue momento em que por maior e mais profundo que tenha sido um modelo deduzido e/ou desenvolvido, esbarrará no que mais adiante trataremos, nas questões de multiversos e dimensionais…

  • Uma outra forma, inclusive mais atual, desta abordagem do Espiritismo enquanto Religião, é a sua natureza religiosa em si. Não sendo uma Ordem ou uma Igreja, cada espírita é o ministro de sua vida e cada um é o discípulo de seus semelhantes, independente de cor, sexo, até religião. Muitos membros de outras religiões, muitos mesmo, transitam livremente no Espiritismo, o que só faz favorecer a causa.

  • Como toda matéria em estudo, exisge a Disciplina da Prática. Esta noção básica é tratada em todos os textos espíritas ou não. Afinal, toda religião tem suas regras, necessárias, para a sua boa prática. Neste caso, datas e horas regulares, preparo de ambiente, preparo individual dos participantes etc etc, não faltando textos e comunicados à respeito… Aliás, não só as religiões, mas tudo nesta (e noutras vidas) sempre tem que ter seriedade e disciplina. Se temos horário de ir para o colégio, trabalho, cursos, academias, cinema, até namorar, certamente o horário de fazer as práticas religiosas não seriam diferentes.

2.3. Conceitos Científicos

Estudamos em conjunto os três grupos (Físicos, Químicos e Biológicos) para facilitar a abordagem, pelas características indivisíveis de interação.

Talvez a parte mais fascinante dos estudos científicos espíritas, foi por onde tudo começou, quando quiseram demonstrar como se faziam as mesas girantes, a tiptologia desvendada/desmacarada, desde o final do Século XIX, durante as farras de salão da Belle Époque.

Basicamente, o estudo dos fenômenos físicos chamados de telecinesia, como mover objetos sem interferência direta da força física, seja qual for, é a história do nascimento do Espiritismo, como sabemos.

O princípio é simples. Objeto vence a gravidade, elevando-se no ar, podendo até ultrapassar a altura dos participantes da sessão.

Então, como uma mesa levita?

Resposta óbvia: por truques de ilusionismo, ganchos atrelados ao punhos dos participantes, escondidos em suas mangas.

Segunda questão? Sem ganchos, sem comprovada trucagem.

E agora? E a periodicidade com a respostas lógicas e fornecendo informações solicitadas, testadas? Começou assim a modificar a visão das mesas girantes, quando Allan Kardec passou a se interessar, como sabemos.

E, juntemos a isto os ruídos “espontâneos” em casas, tais como o famoso evento das Irmãs Fox, anos antes.

Em ambos casos, para fundamentar o início destes estudos, vemos a ação de uma causa dita invisível ou desconhecida sobre objetos, causando modificação de seu estado físico, seja estático, madeiras batendo ou estalando, ou cinético, movendo objetos.

Para Mesmer, magnetismo animal, energia do ser vivo sendo projetada e agindo sobre a matéria. Cá entre nós, prelúdio de uma bela ficção científica, poderia dizer… Aliás, H. G. Wells e Victor Hugo eram também desta época…

O Conde Agenor de Gasparin atribuiu à força ectênica para explicar os fenômenos de mesas girantes e batidas durante as sessões. A Força Ectênica foi nomeada pelo colega de Gasparin, M. Thury, professor de História Natural na Academia de Genebra. Entre eles, Gasparin e Thury conduziram uma série de experimentos em Força Ectênica e reivindicaram algum sucesso, porém não reproduzido posteriormente.

Ainda numa forma intermediária entre o mesmerismo e o espiritismo, outros pesquisadores atribuíram o termo “psicodo” ao fluido que o ser humano poderia emitir, causando os efeitos físicos observados. Seria a mesma coisa que  força actênica.

Com a participação de William Crookes, o cientista que descreveu as suas ampolas, base da fundamentação da nascente Radiologia, então ele registrou a modificação dos gases por efeito físico de médiuns, quando tentava desmistificar esses mesmos médiuns.

Vê-se, portanto, que é praticamente indivisível os estudo da Física, Química e Biologia entre si, no estudo científico do Espiritismo, já que os organismos vivos processam reações químicas fisiológicas normais, independente de qualquer religião, ou paranormalidade.

São as reações bioquímicas de qualquer ser vivo, com efeitos físicos no próprio organismo e no meio ambiente. Imaginemos, então, um tipo especial de “suor” que determinada pessoa possa emitir, de modo direcionado, consciente ou não, mas que agiria sobre a matéria exterior e/ou até outras pessoas. Assim nasceu, finalmente, o termo Ectoplasma, batizado por Charles Richet, 1894. 

Em Biologia, especificamente Citologia, ectoplasma é a parte mais externa do citoplasma, em contato com a membrana celular. O ectoplasma citológico, – assim chamamos para diferenciar do ectoplasma mediúnico, – tem uma viscosidade maior do que aquele observado mais próximo do núcleo celular, tomando-se como exemplo um leucócito ou um macrófago, de forma genérica.

O metabolismo é baseado na captação e armazenamento de energia, como bem sabemos das cáusticas lições, para muitos, de vias bioquímicas, como a Via Glicolítica, o Ciclo de Krebs e por aí vai etc etc etc.

Mas tudo se resume em captação, armazenamento e consumo de energia. Energia x Matéria, em última análise bem simplista, para a compreensão leiga geral.

Sim, óbvio que estas duas palavras juntas nos lembram a Física Moderna

Temos classicamente três estados da matéria: sólido, líquido e gasoso.

Temos um conceito de matéria.

O que existe entre matéria e energia, a forma transicional de ambas?

Resposta: plasma. O plasma que se obtém em aceleradores de partícula lineares, por exemplo.

Mas não esse “plasma” que existe nos fluidos corpóreos, que é a presença de proteínas além de água e sal no que corre nos nossos vasos sanguíneos, junto com as células do sangue. É o plasma de energia, uma forma intermediária entre o estado dito matéria e a chamada energia pura.

Dito isso, temos agora a diferenciação entre os dois conceitos de plasma, para que não haja confusão no raciocínio do leitor.

Este plasma físico, da transição da matéria para energia, é justamente a dita essência em dissolução espacial etérea que seria manipulado pelo médium, captando e direcionando todo a energia potencial, transformada em trabalho.

Difícil de entender isto? Certamente, pois implica em uma conceituação de Física dentro de avançados modelos de Matemática que não ouso tentar entender, mas que cientistas explicam como sendo o que se envolve neste processo.

Algo assim: o médium capta a energia do meio, processa em si, soma a própria energia, concentra, emite como ectoplasmia (agora, sim, plasma humano modificado e projetado) causando os efeitos físicos conhecidos.

Todos este processo, claro, envolvendo complicadas reações químicas que nada mais são do que desgaste de energia armazenada, algo como correr 100 metros rasos em 10 segundos ou menos, só para dar um exemplo bem genérico.

Entende-se porque então os médiuns ficam extremamente desgastados ao final de sessões de efeitos físicos, dado o consumo da energia de seus próprios corpos.

Como foi comentado mais acima, em corrente de energia, nas sessões, outro médiuns podem e devem dar apoio, algo como compartilhar este consumo, para que não ponha até em risco a vida do médium em atividade principal.

Agora, vejamos…

O cérebro humano se comunica pelo sistema de glândulas aos demais órgãos, além dos próprios neurônios em si, através da medula e nervos periféricos.

As emoções estão no cérebro, no que se chama de córtex límbico. As memórias, igualmente armazenadas no cérebro. Memórias desta e de outras vidas, porém as pregressas são bloqueadas deliberadamente, para o bem da da própria e pessoa e da missão de cada vida.

Some nesta equação funcional as atividades pré-concientes e estados alterados e terá, em sono, sonho, hipnose, estados emocionais e até em doenças mentais, descargas neuronais tais que possam ativar áreas quiescentes e bloqueadas. Descargas elétricas cerebrais dando picos de energia e gerando até emissão de…ectoplasmia.

Teorias mais recentes nos falam muito mais de apenas memória cerebral, mas celular, genética, o DNA. A superestrutura conceitual do Século XX, o DNA, chave da vida… e da morte. Possivelmente pela Genética chegaremos ao que nossos antepassados já conheciam com outros tantos nomes, a memória transcendental e filogenética.

Há muito tempo teve um filme cult de ficção científica, “Estados Alterados”, com William Hurt, justamente fazendo experiências de regressão, em banheira de supressão sensorial. Um exemplo, ago fantasioso, decerto, mas exemplifica o ponto de vista desta questão.

Então, concluindo esta parte, a bioquímica serve como meio para os processos biofísicos que permeiam não só os mecanismos de metabolismo e homeostase (manutenção em estado saudável do organismo) mas também põem em contato, fazendo a ponte entre o material e abstrato.

Se nós lembrarmos dos ESDE e EADE no que se refere ao conhecimento do Perispírito, compreendemos que ele, enquanto interface corpo-alma é também a conexão deste binômio com o outro (binômio): a plasmopexia biológica-etérea (conexão do plasma biológico com o plasma etéreo).

E o que, ou melhor, quem transita livre no plasma etéreo? Espírito. Deduzam o resto, é fácil. Espíritos livres usam a energia livre associada à energia contida (“encarnada”) estabelecendo a interface espírito-médium, gerando as manifestações mediúnicas.

Vale lembrar que médium nada mais é que outro espírito, só que ainda contido na matéria. Portanto, na interface espírito (livre) e médium (espírito encarnado), são dois espíritos em conexão, apenas vencendo as barreiras materiais, conseguindo uma sintonização.

Esta sintonização, como sabemos, depende das característica físicas, mentais e morais de ambas as partes, pois este conjunto é que dará o perfil de onda vibratório, com diferentes graus de compatibilidade e intensidade, regendo o fluxo de informação em transmissão bidirecional.

Se, por um lado, os mediadores químicos cerebrais são a interface cérebro-mente, a plasmopexia é a interface espirito-médium, usando a conectividade bioquímica da fisiologia do médium para que através de seu peripírito possa fazer a ligação bilateral e estabelecer a manifestação mediúnica.

Não existe organismo isolado que sobreviva se ma interação com o meio e este com cada indivíduo, constituindo a base do que se estabeleceu como Ecologia. As palavras interação, adaptação, mutação e evolução são de conhecimento corrente.

O grande diferencial que se deve ter em lembrança, não apenas todo o advento de Darwin e outros, mas a soma do componente espiritual, tão esquecido ou relevado, trazido pelo concomitante e mais abrangente Wallace.

Recomenda-se o estudo destes dois cientistas, de forma conjunta e concatenada, sem o que não se poderá ter a verdadeira noção da Ecologia Espírita, ramo importante do Espiritismo Científico Biológico.

Ou seja, não vivemos apenas em bioesferas e sistemas materiais, nem apenas espirituais, mas sim em uma grande realidade multimodal, o multiverso.

Compreendidos os conceitos básicos científicos espirituais individuais, em microcosmo, partir par a compreensão ampla e holística é necessário.

O macrocosmo, ele por si só, tem diferentes níveis, planos, dimensões diferentes, todas em comum articulação entre si. Tudo tem interligação, de alguma forma.

Todas as afirmações e considerações acima podem ser amplamente consultadas nas inúmeras fontes, constantes no vasto material dos autores científicos espíritas, que estão listados na página de Grandes Vultos e na de Livros, do CEAK/RJ

Para o aprofundamento dos Estudos Científicos, também apresentamos em nossas seções, Download e Links, os principais textos e palestras específicas, cumprindo o propósito deste trabalho

Nossa intenção foi tornar compreensível e em linhas gerais o Espiritismo Científico para que possa ter a noção do mesmo, partindo do desconhecimento da matéria em si, tão difícil para a maioria,- inclusive profissionais das mesmas, enquanto convencionais pesquisadores. A proposta é abrir portas e mostrar caminhos. 

Daí em diante, cada um faça o seu trabalho, na medida de sua vontade ou programação, prévia ou não, no que se propôs, até mesmo como um possível plano existencial.

A grande desgraça que se fez desde o início dos tempos, em muito prejudicando a pesquisa científica espírita foram, são e sempre serão os mágicos de má fé, os ilusionistas mal intencionados, os charlatões.

Eles de sobremaneira povoaram o mesmo período do nascimento do Espiritismo, causando grave prejuízo de sua credibilidade, quando facilmente desmascarados.

Para se ter uma idéia, quando atualmente se dá busca ao termo “ectoplasmia”, o que mais se encontra é justamente relatos de fraude (Google, Wikipedia etc). Mas é o que o mais se observa em religiões, o seu mal uso, infelizmente. 

Assim, vigiai e orai, para que não nos seduzamos pelo fenômenos em vez do ensinamento, bem como não nos iludamos com o que mais desejamos ver, pois nos será mostrado na medida em que não só tecnicamente equipados, mas moralmente merecedores formos.

3. Implicações Práticas.

Chegamos, portanto, a um ponto dos Estudos em que estabelecidas as considerações preliminares e abordados os conceitos primários, Estudo recai nas Implicações Práticas, onde se observam pontos que pautam não só o conhecimento em si, mas também a conduta diária e interrupta de uma adequada condução de eventos cotidianos, tanto espíritas como gerais.

Postulam-se, em função disso, pautas que hão de nortear a sistematização não só de pesquisas e leituras, mas a própria execução dos atos cotidianos, tendo sempre em mente uma consciência do conteúdo em si, pela responsabilidade decorrente do conhecimento.

O conhecimento não só faz o crescimento do ser, enquanto Ciência, mas acarreta a responsabilidade do empoderamento psicológico, erudicional, com suas bases morais, éticas e práxicas. 

Saber é ter o peso do conhecimento, pela irrefutável e mandatória necessidade da conduta ser compatível com o conhecimento em si, para não haver o descaminho de pregar sem praticar. Não se pode disseminar uma idéia se quem a apregoa não a pratica. 

Daí, como bem sabemos, a importância que se dá, na prática diária e nos Estudos que se faz nos Centros, dos Cursos de Reforma Interior ou Íntima, pois só assim poderá haver a transformação de dentro para fora, para que não seja apenas um evento fugaz, de veste que se desgasta e se despe, mas a adequada incorporação na alma de uma matriz renovada, evoluída.

Tudo tem um preço na marcha evolutiva. E este preço é definido não pela dor, o mito do sacrifício sem o qual não há aprendizado. Decerto é correto dizer que se aprende pela dor e pelo amor, mais pela primeira que pelo segundo, mas se considerarmos que o aprendizado se faz sem dor, mas por amor, quando se foca no bem e no altruismo de eliminar as vaidades primitivas, só restará o amor.

A isto, em última análise, chama-se de transmutação da consciência velha na nova, onde o que era sacrifício se torna prazer, um prazer superiro, não material, mas a glória espiritual da consciência libertada das amarras das paixões materiais.

Se somarmos os conceitos já estudados até agora, nestas abordagens que buscamos transformar o árduo e assustador Estudo Científico do Espiritismo em algo atraente e acessível, termos que a própria definição do Espiritismo nos traz estas pautas implícitas.

    • Em sua Natureza Filosófica, a Ética do comportamento diário, onde não devemos fazer ao próximo o que não queremos para nós mesmo, devendo amar de forma incondicional e além da própria matéria, conforme Cristo, nosso Grande Avatar, trouxe em seu exemplo de vida, sacrifício e morte. Mas, lembrem-se, ele morreu para renascer.

    • Em sua Natureza Religiosa, temos que lembrar da necessidade de uma fé inabalável, mas não em um deus menor punitivo e cruel, mas naquele que nos habita e nos permeia. No Deus que nos cria, que está em tudo e todos, a Força Criadora a qual devemos nos entregar sem medo, pois o medo é fruto da dúvida e a dúviva é fruto do apego materialista.

    • Em sua Natureza Científica, o emprego dos meios e métodos, sejam eles de que plano forem, encarnados ou não, para o próprio Princípio Doutrinário, que é a Evolução. Esta Evolução é a espiritual, moral, que define o perfil energético do espírito, estaja ele encarnado ou livre. Somos a decorrência do somatório do que já fomos, mais tudo que temos sido e nos definiremos pelo que pretendamos e, de fato, concretizemos no porvir.

 A este ponto da narrativa o leitor já percebeu que apenas é uma mera síntese ou compilação da essência do que já consta bem explicitado nos livros do Pentateuco, principalmente no Livro dos Espíritos e no dos Médiuns, com passagens do Evangelho Segundo o Espiritismo.

De fato, é de lá que saem e retornam todas nossas maiores e melhores referências, a Pedra Fundamental de toda a Doutrina, sendo todo o resto adendo ou aprofundamentos mais focados em um ou noutro ponto de análise.

As principais implicações práticas de um estudo se repousam, como vimos, na obrigatoriedade de um compromisso doravante e perene com o conhecimento adquirido, de forma cumulativa e constante.

Se adquirimos a informação, ela deve ser aplicada em si e para com o meio, com a sabedoria de seu bom uso, para construir e não haver predação.

A manifestação desta prática dispensa, a priori, a necessidade de manifestações paranormais, pois o principal efeito que qualquer ser humano pode fazer a outro é o bem, pelo amor, dispensando para isto qualquer efeito ou recurso espetaculoso ou sedutor, dentro das atrações fenomenológicas, tão queridas pelas indústrias cinematográficas. 

A vida não é um palco de espetáculos mediúnicos, mas sim um desafio onde, quando as ferramentas naturais não bastam, temos o auxílio da mediunidadeTorna-se nociva e perigosa a prática mediúnica sem uma orientação filosófica, onde o material é manipulado sem um controle moral, podendo  acontecerem sérios danos físicos, mentais e espirituais. 

Frequentemente no tempos atuais temos lido e escutado críticas quanto aos centros que se dedicam mais à Doutrina do que ao Fenômeno, porém estar em atividade prática sem uma atividade teórica adequada causa a abertura para os canais sem seletividade de conteúdo, recaindo também na periculosidade de informações falsas, tanto fraudes humanas encarnadas, quanto dos próprios espíritos em si.

Além disto, as condições físicas dos médiuns é importante, dado o conhecido desgaste energético vital implícito no processo, como já comentamos anteriormente. 

O Espiritismo conforme o Codificador da Doutrina é e sempre deverá ser uma Religião com fundamentação definida, apesar de muitos se referirem ao mesmo de forma até pejorativa (“espiritólicos”). Porém a base cristã não exclui qualquer outra religião, mas sim includente, apenas considerando Jesus Cristo o Grande Exemplo, o Grande Guia Espiritual, 

No entanto, não há restrição a nenhum outro Avatar ou Profeta que, reconhecidamente, tenha antes d’Ele vindo, seja como prévia encarnação ou não, trazendo o bem, pela Palavra. 

O que todo conheciento que se adquire nos traz de responsabilidade, sempre se lembrando disto, é não tomar efeito por causa. Não dar mais importância aos fenômenos do que ao proposto para eles serem realizados: a comunicação à serviço da evolução nos dois ou mais planos existenciais. 

Não existe Estudo Espírita Científico isolado. Ele existe como parte integrante do tripé que define o próprio Espiritismo em si.

Podemos usar os métodos e materiais de estudos e prática, mas sempre sob a égide da Filosofia que nos define dentro desta Religião.

Caso contrário, retornaríamos ao um estudo materialista de paranormalidade, com falsos positivos e até mesmo bloqueios com falsos negativos.

Neste cenário, também os canais abertos permitiriam resultados inesperados ou indesejados, pela perda ou ausência de controle adequados dos experimentos. E, igualmente, a porta também estaria aberta às fraudes, quando não houver a metodologia correta, sem este controle adequado e idôneo da situação.

Quando esta segunda e terrível situação ocorre, em geral traz sequelas graves, pondo em risco a saúde e a vida dos participantes, justamente pelo despreparo filosófico e religioso dos praticantes. Em geral tornando-se, com relativa frequência, portadores de obsessores ou até com risco de possessão. 

Níveis inferiores de energia e/ou de espíritos tem a tendência de adesão aos que apresentam fraquezas e, mais ainda, aos que abrem as suas portas interiores para que se estabeleçam em moradias virtuais dentro de seus corpos e lares.

Não será difícil, agora, entender o que podem ser as causas de doenças aparentemente mentais e/ou físicas, mas que tem sua base naquilo que a própria ciência convencional não consegue explicar.

Da mesma forma que a literatura médica convencional está recheada de casos estranhos de doenças e curas, polos opostos, onde nada teria de razão para o adoecimento, ou então a cura dita “milagrosa”, entra em campo a possibilidade do dito esotérico, o metafísico, sempre recorrido nestas horas. 

Não importa qual religião professe a pessoa, pois a carga de energia estará em fluxo de acordo com a natureza do pensamento e a sua moralidade. Isto é uma constante, que independe do rótulo que se dê.

A Organização Mundial de Saúde não só remodelou a sua definição de saúde, como também excluiu a mediunidade como manifestação de doença psiquiátrica, na sua última versão da Classificação Internacional de Doenças (CID10). 

As principais doenças que até então foram atribuídas como “explicando a mediunidade” e “desfazendo a causa sobrenatural”, foram:

    • distúrbios neuróticos, com dissociação de personalidade
    • distúrbios psicóticos, contendo alucinações e/ou delírios
    • epilepsias não convulsivantes, com alucinações e/ou delíros
    • lesões cerebrais causando estados psicóticos (infcções, derrame, tumor etc)
    • manifestações neurológicas e/ou mentais de doenças sistêmicas (febre etc)

De qualquer forma, não se deve excluir a necessidade de examinar pela medicina, e as ciências que delas se baseia, antes de considerar apenas mediunidade ou obsessão, já que doenças também podem causar efeitos semelhantes, principalmente da fala e/ou do comportamento.

Conclui-se, portanto:

    • A mediunidade foi reconhecida como não sendo uma condição não-mórbida, sendo respeitada, sem preconceito.

    • Os métodos tradicionais de verificação de doenças orgânicas, tais como Tomografia e Ressonância Magnética do Crânio servem para a triagem entre doentes e mediuns, de forma não excludente, pois uma não impede a coexistência da outra.

    • A coexistência de doença orgânica e mediunidade também pode ser observada, em pessoas com designos pré-estabelecidos quanto ao que lhe foi programado nesta vida. Porém devem também ser respeitados os tratamentos convencionais, quando necessários, se descobertas tais doenças orgânicas (infecções, derrames, tumores etc)

    • A inexistência de doença orgânica comprovada, por si só, não basta para justificar um tratamento isolado, pela terapia material e/ou convencional. Deve ser respeitada a necessidade de um tratamento espiritual, quando a pessoa apresentar distúrbios que lhe prejudiquem a vida.

    • Não se deve confundir mediunidade com doença espiritual, tais como obsessões (podendo uma ser o canal aberto para a outra), cabendo um diagnóstico diferencial mais amplo e sério, para a correta tomada das medidas pertinentes.

No que se refere ao Tratamento em Espiritismo, a sua fundamentação é pela Fluidoterapia, Passes, Irradiações e Orações.

É bem conhecido o emprego do Espiritismo no tratamento de doenças, pois há uma interrelação entre a alma e o corpo.

Muitas doenças tem fundamento espiritual, transitando pela energia que a matéria permuta, podendo ser consequência até de problemas pregressos.

Neste campo, a literatura já é vasta na abordagem. Apenas devemos ter atenção ao que pode ser considerada boa prática, como já foi comentado acima.

Dispensado é o uso de amuletos, adereços e, principalmente, materiais, alimentos ou animais dispostos em recintos ou em vias públicas, que não fazem parte do Espiritismo segundo Allan Kardec.

Não se entra no mérito de julgamento, apenas é descrita uma definição.

Nos Centros Espíritas de Terapia, os instrumentos são os espirituais, não havendo intervenção com instrumental médico convencional e/ou cruento, tais como injeções, bisturis etc.

Da mesma forma, o uso de medicamentos e outros líquidos ou substâncias também não fazem parte dos métodos, apenas sendo usadas a água fluidificada e a homeopatia.

O emprego de terapia psicológica espírita, regressão nesta e noutras vidas é excepcional e exige equipe completa, com treinamento profundo, para casos muito selecionados. Os riscos envolvidos são grandes, nem sempre compensando pelos resultados obtidos.